sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

FIQUE POR DENTRO - Aplicações do ozônio

DOR
07.06.2008
Ana Cecília Soares
Especial para o Viva-Diário do Nordeste

Técnica é empregada no tratamento de hérnia de disco, neuralgias e fibromialgia.

É da união de três átomos de oxigênio que se obtém o ozônio, gás que, além de proteger o planeta Terra da ira cintilante dos raios ultravioleta emitidos pelo sol, vem ajudando a Medicina a combater doenças.

A Ozonioterapia é uma técnica que utiliza o ozônio como agente terapêutico no tratamento de um grande número de patologias. Seu emprego visa a melhorar a circulação sangüínea, reduzir o colesterol, ajudar na cicatrização de feridas e oxidar toxinas, sendo também aplicado no tratamento da dor crônica.

Durante o último encontro ´Sábado da Dor´, realizado no dia 31 de maio, em Fortaleza, o acupunturista e médico especialista no tratamento da dor, Dr. Cláudio Gimenes, apresentou à comunidade médica local estudos sobre os efeitos do ozônio no corpo humano e como podem melhorar quadros dolorosos.

Aplicações
O ozônio, ao reagir com os tecidos corporais, forma substâncias que estimulam todo o sistema antioxidante, promovem uma grande liberação de oxigênio para as células. Também tem efeitos analgésico e antiinflamatório que aceleram a cicatrização das lesões´, comenta o médico.

No caso específico da dor crônica, Dr. Cláudio Gimenes informa que o ozônio está sendo utilizado com bons resultados no tratamento de dores causadas por hérnias de disco, inflamações crônicas, neuralgias, fibromialgia, dentre outras enfermidades.

Por ter poucas contra-indicações e efeitos colaterais, quando realizada de forma correta, a ozonioterapia permite, muitas vezes, a redução da dosagem dos medicamentos adotados para reduzir a dor. É importante ressaltar que a técnica não tem a finalidade de substituir o uso de opióides, sendo considerada como mais uma contribuição ao arsenal terapêutico médico.

Pesquisas
Embora empregado já há alguns anos, só agora a ozonioterapia vem conquistando espaço na medicina convencional. Atualmente, cerca de dez mil médicos europeus utilizam este recurso no tratamento de seus pacientes. Diversas universidades europeias, assim como a de Cuba e a da China, começaram a investigar os efeitos do ozônio no organismo, promovendo pesquisas controladas sobre a eficácia do método.

De acordo com Dr. Cláudio Gimenes, vários trabalhos sobre o tema vêm sendo desenvolvidos em universidades brasileiras. Além disso, podem ser encontrados projetos em andamento sobre a utilização da ozonioterapia na rede pública de algumas cidades.

O médico chama atenção para o fato de o tratamento ser acessível, principalmente se olharmos a economia que poderemos ter ao compará-lo aos tratamentos tradicionais. 

A ozonioterapia diminui o tempo de tratamento de várias doenças e, além disso, diminui o uso total de medicamentos, o que leva a uma redução dos efeitos colaterais e a uma maior qualidade de vida dos pacientes, o que é realmente o mais importante´, ressalta.
A técnica tem servido, ainda, para fortalecer o sistema imunológico e resguardá-lo dos efeitos nocivos provocados pelos radicais livres. Mas, conforme os estudos mais avançados, a ozonioterapia está mais relacionada à área odontológica, às doenças infecciosas, às arteriais periféricas e ao tratamento de feridas.

A ozonioterapia pode ser feita de várias maneiras, incluindo a aplicação tópica de óleos ozonizados, a insuflação de gás em regiões corporais doentes e a injeção de mistura oxigênio- ozônio em pontos dolorosos. ´É importante que seja realizada uma avaliação criteriosa do paciente, pois o tratamento só terá sucesso se bem conduzido por um médico experiente na técnica. Como as aplicações são variadas, não posso falar de tempo de duração ou freqüência, pois cada caso é um caso´, declara Dr. Cláudio.

Pesquisas
No Brasil, a prática não é recente. O início aconteceu em 1975 e passou a ter mais adeptos durante a década de 1980, quando começou a atrair o interesse de algumas universidades. Embora os benefícios sejam incontestáveis, o tratamento com a ozonioterapia ainda está disponível em poucos hospitais e clínicas brasileiras, principalmente em alguns centros na região Sudeste.
Em Cajamar, por exemplo, na Grande São Paulo, há um requerimento aprovado na Câmara Municipal determinando que a prefeitura passe a oferecer o serviço nos postos de saúde do município. A Prefeitura de Nova Lima, em Belo Horizonte, também vem desenvolvendo projetos visando à aplicação da ozonioterapia.
Fundada em 2006, a Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz) foi criada a partir da necessidade de legalizar a prática de forma consciente e ética. Outra meta é a informação e a capacitação, tendo como base as experiências realizadas no Brasil e no exterior.
São objetivos da Aboz: promover o ensino e a pesquisa nos diversos setores; realizar e estimular campanhas educativas; participar de campanhas que envolvam a ozonioterapia; colaborar com os poderes públicos e instituições relacionadas ao uso da ozonioterapia.