segunda-feira, 15 de abril de 2013

Parte 3 - UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E BIOLÓGICAS.

A UTILIZAÇÃO DO ÓLEO OZONIZADO PARA O TRATAMENTO TÓPICO.
ESTUDO CIENTIFICO SOBRE A UTILIZAÇÃO DE OZONIO NA PELE.

Camila Maria Sene Sanchez
MODOS DE APLICAÇÃO DO OZÔNIO MEDICINAL

O ozônio pode ser administrado por via endovenosa, oral, uretral, intraarterial, intramuscular, subcutânea, insuflação retal e vaginal, autohemoterapia menor, autohemoterapia maior, intrarticular, intraperitoneal, intrapleural, intradiscal, intraforaminal no caso dos dentistas, intralesional quando houver uma
fistula ou abcesso, insuflação em “bags”, intramamária e através do uso tópico de
água e/ou óleo ozonizados. (BOCCI, 2005)      
 
É proibida a utilização do ozônio por via inalatória devido seus efeitos tóxicos na traquéia e brônquios; a aplicação direta do ozônio por via endovenosa e intra-arterial também está proibida desde 1984 pela utilização inadequada desta, pois quando grandes volumes são administrados em um pequeno intervalo de tempo provocam êmbolos de oxigênio que podem levar a morte. (BOCCI, 2005)
A via subcutânea foi muito utilizada para fins estéticos com sucesso, porém a aplicação inadequada de grandes volumes do gás na Itália por centros de beleza, provocou a morte de duas mulheres (Março de 1998 e Dezembro 2002) pela formação de êmbolos pulmonares, sendo desde então, proibida a aplicação da ozonioterapia em centros cosméticos, além desta não ser mais bem vista para fins estéticos. (OLIVEIRA, 2008)

Aplicação tópica
A aplicação tópica pode ser feita através da utilização de água, óleo e cremes ozonizados. Possui baixo custo, elevada eficácia no combate de vírus e bactérias, não possui contra-indicação além do tempo de cicatrização ser inferior quando comparado aos tratamentos convencionais. A aplicação do ozônio tópico desempenha ação anti-séptica e estimulante da cicatrização já que promove a proliferação e remodelação de células teciduais. (BOCCI, 2005)

A água ozonizada é feita a partir de água bidestilada onde o gás ozônio é borbulhado por pelo menos 5 minutos. A concentração final da água ozonizada é
um quarto da concentração do ozônio aplicada. Esta pode ser utilizada até 110 horas após a sua fabricação, desde que armazenada em garrafa de vidro fechada com tampa de silicone e mantida na temperatura de 5°C, ou 9 horas a 20°C. (BOCCI, 2005).
 
A fabricação do óleo ozonizado solidificado necessita de dois dias de gás ozônio borbulhado continuamente em óleo vegetal, fazendo com que um  grama do óleo contenha 160mg de ozônio. Quando refrigerado possui validade de dois anos.

O óleo ozonizado também pode ser fabricado em menos tempo, ficando mais viscoso e com menor duração. (BOCCI, 2005)

O efeito do ozônio sobre a pele se deve à sua reação com ácidos graxos poliinsaturados e traços de água presentes na camada superior da derme, gerando espécies reativas de oxigênio (ROS) e lipooligopeptídeos (LOPS), entre os quais está o peróxido de hidrogênio (H2O2). Somente ROS e LOPs formados a partir dessa reação podem ser parcialmente reduzidos pelos antioxidantes enzimáticos da pele (glutation oxidase, superóxido desmutase, catalase) e não enzimáticos de baixo peso molecular (isoformas de vitamina E, vitamina C, glutation, ácido úrico e ubiquinol) ou serem parcialmente absorvidos via endovenosa e por capilares linfáticos. As ROS são os mais efetivos e naturais agentes contra os patógenos resistentes a antibióticos. Além disso, melhora o metabolismo e as funções imunológicas, contribuindo para uma recuperação satisfatória (WALACCH et al,
1993).

De acordo com Sartori (1994), as indicações específicas para uso tópico do ozônio são infecções de pele por: vírus como Herpes simplex e Zoster; infecções bacterianas como impetigo, ectima contagioso por estreptococos B-hemolíticos e Staphylococcus aureus; infecções fúngicas por Trichophyton spp, Candidíase e Tinea versicolor; infecções por protozoários especialmente Leishmanioses; infecções parasitárias incluindo Escabioses por Sarcoptes scabei, Pediculoses eLarva Migrans Cutânea de Ancylostoma brasiliensis; condições multifatoriais da pele como acne, psoríase, eritemas, pênfigo e dermatites herpetiformes, além de condições inflamatórias da pele tais como dermatites, eczemas e urticárias.

O óleo ozonizado também pode ser administrado em cápsulas por via oral, supositórios, colírios, aplicado diretamente no reto e vagina.

A água ozonizada
pode ser utilizada em plantações com ação semelhante aos agrotóxicos, além da higienização de frutas e verduras no domicílio. (BOCCI, 2005)

Aplicação injetável
Aplicação intradérmica, intramuscular, intratendinosa e intrarticular do gás ozônio utilizando uma seringa de silicone; indicada para enfermidades e dores localizadas. (BOCCI, 2005)
Insuflação retal
A insuflação retal é amplamente utilizada, pois é facilmente aplicada, além do baixo custo e praticamente não oferece nenhum risco de toxicidade. É realizadaatravés de uma sonda que é introduzida no reto, pela qual se administralentamente o gás. (BOCCI, 2005)

O gás ozônio quando no reto, se dissolve rapidamente na água luminal, ele não é absorvido, reagindo uma parte com mucoproteínas da mucosa, outra reagecom material fecal e enfim o restante pode ser reduzido por antioxidantes. OsLOPs resultantes das reações são absorvidos pela muscular da mucosa, indo para circulação linfática e capilares venosos. Portanto em casos de patologias crônicas nos membros, os efeitos da insuflação retal tornam-se equivalentes a autohemoterapia maior. (BOCCI, 2005)

O ideal antes de realizar a insuflação retal de ozônio é realizar um enema ou até mesmo defecar, esvaziando a ampola retal. A concentração de ozônio é importante para induzir reações locais e gerais, não podendo exceder 40 mcg/ ml, pois acima desta geralmente acarreta prejuízos locais, danificando os enterócitos,não podendo ainda desconsiderar os efeitos mutagênicos do gás ozônio. Concentrações elevadas, de 70-80 mcg/ml só devem ser usadas em casos de colites ulcerativas hemorrágicas com intuito de hemostasia. (BOCCI, 2005)

Os efeitos da insuflação retal no organismo são: aumento das enzimas antioxidantes do fígado e rim, aumento da ativação linfocitária intra-hepática, ação imunoestimulante, mantém o equilíbrio da flora intestinal, além de outros. (BOCCI,2005)

A grande vantagem desta forma de ozonioterapia é que pode ser diariamente realizada em casa sem nenhum auxílio, principalmente nos casos crônicos. A desvantagem deste tratamento é que não conseguimos saber a quantidade da dose aplicada que fará efeito, já que o ozônio reage com as fezes além de outras interferências (BOCCI, 2005).

Autohemoterapia menor
É uma ozonioterapia de fácil aplicação, atóxica e de baixo custo, que quando aplicada corretamente não provoca efeitos colaterais com excelentes resultados para certas enfermidades. Para a realização desta, coleta-se em uma seringa um volume de sangue do paciente e um volume igual de ozônio em concentração adequada para o paciente e para a enfermidade, misturando bem, fazemos então a administração intramuscular ou subcutânea. Sendo considerada uma vacina. (BOCCI, 2005)

Autohemoterapia maior
O tratamento através desta via consiste na retirada de um volume de sangue adequado do indivíduo, utilizando bolsas de transfusão de silicone com anticoagulante (citrato de sódio), aplica-se o ozônio dentro desta, deve-se homogeneizar por pelo menos 5 minutos e realizar a infusão desta mistura por via endovenosa. (BOCCI, 2005)

O volume necessário de sangue a ser coletado, depende do peso e sexo do indivíduo, do estágio e do tipo de enfermidade a ser tratada. (BOCCI, 2005) 
A duração do tratamento, assim como o intervalo de cada aplicação, varia de acordo com a patologia e do estado em que o paciente se encontra. (BOCCI,2005)

Dentre os possíveis efeitos biológicos provocados pela autohemoterapia
maior ozonizada pode-se exemplificar a diminuição da fibrinogenemia e do colesterol no plasma, aumento da glicólise, do ATP, do 2-3 difosfoglicerato e da disponibilidade do oxigênio, com redução na taxa de sedimentação dos eritrócitos, manutenção da pressão arterial e queda da pressão venosa. Nas plaquetas podese observar aumento de fatores de crescimento como TGFβ e PDGF. Nos leucócitos pode-se observar aumento do PGE2. (BOCCI, 1996).



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