Ozonioterapia Médica |
O QUE É A OZONIOTERAPIA
A Ozonioterapia é uma técnica que utiliza o ozônio como agente
terapêutico em um grande número de patologias. É uma terapia natural,
com poucas contra-indicações e efeitos secundários mínimos, se realizada
corretamente.
A descoberta e uso médico do ozônio data de 1840. O precursor do uso do
ozônio foi Werner von Siemens, que em 1857 construiu o primeiro de tubo
de indução para a destruição de microorganismos.
O médico alemão Christian Friedrich Schonbein, durante a Primeira Guerra
Mundial, difundiu o ozônio no tratamento de feridas em soldados,
obtendo excelentes resultados.
Em 1915, outro médico alemão Albert Wolf escreveu o livro sobre o uso
medicinal com ozônio e durante mais de 50 anos, a Ozonioterapia ficou
praticamente restrita à Alemanha e à Áustria. Somente à partir da década
de 80 ela se expandiu para outros países. Esta expansão coincidiu com
início das pesquisas de laboratório sobre a ação do ozônio, sobretudo
com os trabalhos de Bocci na Itália.
A dificuldade para medir um gás potencialmente tóxico, assim como a
necessidade de se utilizar elementos de cristal resistente ao ozônio
dificultaram a criação de geradores práticos, limitando seu uso.
A descoberta da penicilina e de outros antibióticos fizeram que o Ozônio
fosse afastado do uso na medicina tradicional dos anos 40 em diante.
A prática da Ozonioterapia no Brasil não é nova. Começou em 1975 e na
década de 1980, ganhou mais adeptos e atraiu o interesse de algumas
universidades. De 2000 para cá, os estudos ganharam corpo. Há seis anos,
a PUC de Minas Gerais pesquisa a técnica em ratos.Da mesma época vêm os
estudos na Santa Casa de Misericórdia, de São Paulo, com ratos e
coelhos.
Em 1996, um projeto de pesquisa sobre o ozônio para fins médicos,
veterinários e industriais foi criado no campus Alfenas da Universidade
José do Rosário Vellano, a Unifenas. Estudos odontológicos realizados
ali, como o tratamento bem sucedido de infecções no osso da mandíbula,
que geralmente se resolve cirurgicamente, chegaram a ser apresentados em
congressos no exterior. Coordenado pelo microbiologista João
Evangelista Fiorini, professor aposentado da Universidade Federal de
Alfenas, o chamado Prozônio tem realizado com êxito experiências em
parceria com o hospital daquela universidade.
Em Cajamar, na Grande São Paulo, um requerimento aprovado na Câmara
Municipal determina que a prefeitura passe a oferecer o serviço nos
postos de saúde da cidade. A Prefeitura de Nova Lima, na Grande Belo
Horizonte, também vem desenvolvendo projetos de aplicação relacionados à
Ozonioterapia.
A terapia ganhou mais visibilidade de 2004 para cá, quando Santo André,
no ABC Paulista, sediou a Primeira Conferência Internacional sobre Uso
Medicinal do Ozônio. Em abril de 2006, em Belo Horizonte, especialistas
de vários países realizaram o primeiro congresso internacional de
Ozonioterapia. Além de atualizar informações, os médicos brasileiros
aproveitaram para lançar as bases da Associação Brasileira de
Ozonioterapia (ABOZ).
A ABOZ trabalha para que a prática da Ozonioterapia no Brasil possa ser
realizada de maneira legal, consciente, responsável e ética.
Uma das prioridades da ABOZ é garantir informação e formação de
qualidade relacionada à Ozonioterapia, devidamente embasada na
experiência internacional e também nacional.
Diversos Centros Universitários em Cuba, Europa, Russia, Polônia e China
começaram a investigar os efeitos fisiológicos do ozônio no organismo e
alguns Hospitais Universitários e Privados iniciaram estudos
controlados de sua eficácia.
Pouco a pouco os sistemas sanitários foram autorizando e regulando a aplicação desta terapia na medicina tradicional.
Na Espanha, sua utilização teve início nos anos 60. Mas, o crescimento
de seu uso dentro da medicina alopática, aconteceu em 1999 quando alguns
especialistas passaram utilizar o Ozônio no tratamento da hérnia de
disco.
A Ozonioterapia é reconhecida como um método médico terapêutico aceito e
válido como tratamento principal ou adjuvante pelo Ministério da Saúde
na Alemanha, Itália e em outros 16 países. Cuba conta com 39 Centros
Clínicos de Ozonioterapia, e na Rússia é utilizada em todos os Hospitais
Governamentais.
Atualmente aproximadamente 10.000 médicos utilizam este método na Europa.
PRP OZONIZADO
Mais recentemente um método de uso de ozônio em conjunto com o notável
em prego do Plasma Rico em Plaquetas (e todos os seus correlatos) vem se
provando de extrema valia como terapêutica no campo da odontologia
(implantodontia), medicina (principalmente nas áreas da cirurgia
plástica, na estética, no tratamento de feridas e queimaduras, na
reumatologia e na traumato-ortopedia) e medicina veterinária em geral.
O PRP é preparado a partir do sangue do próprio paciente (processo
autólogo) e pode ser empregado em numerosas situações, como, por
exemplo, implantes dentários, tratamentos peri-operatórios de lesões
ósseas com espaço entre as extremidade e fraturas graves cominutivas (em
que há múltiplos fragmentos e se precisa que o organismo “crie” osso
novo), ou procedimentos ambulatoriais de infiltração de articulação em
disfunção têmporo-mandibular (doenças da ATM), cervicalgia e lombalgia
relacionadas a compressão radicular e doenças dos discos intervertebrais
... e numerosas outras situações clínicas.
São elaborados os preparados de sangue que, mediante centrifugação
conforme protocolos estudados, resultam na obtenção do concentrado de
plaquetas (PRP) na forma de amostra líquida, gel ou lâmina, e, ao final,
se procede a ativação adicional com ozônio – o que vem provando
resultados ainda mais animadores sobre o método.
Sob muitos aspectos o uso de PRP e dos seus derivados é uma das melhores
promessas de caminho para as pesquisas da medicina moderna – indicando
que esta forma de auto-hemoterapia poderá ser a resposta para muitas
enfermidades e condições médicas que ainda não contam com tratamento
oficialmente estabelecido.
O Conselho Federal e Medicina – órgão máximo de fiscalização da classe
médica – costuma deter a palavra final quando as questões sobre novos
tratamentos são remetidas à aprovação do Ministério da Saúde. Nem todas
as vezes, mas na maioria delas, é consultado e tende a influenciar a
aprovação ou não de novos métodos de tratamento – no âmbito da Medicina.
Para a sua tomada de decisão influem desde questões financeiras e
interesses defendidos por pesquisas internacionais publicadas em bases
de daos e revistas científicas tradicionalmente vistas como idôneas e
dignas de referência, como aquilo que defende o órgão governamental
norte-americano Food and Drug Adminstration (FDA), e o que o próprio
Governo Brasileiro define como protocolos aceitáveis em saúde. Em tese,
são aceitos pelo CFM os métodos terapêuticos que têm embasamento
científico suficiente, e que tem o potencial para tratar doenças sem
oferecer riscos, ou que contam com contra-indicações e efeitos adversos
suficientemente estabelecidos. Em tese, CFM, ANVISA, Ministério da Saúde
e Governo têm o interesse maior de defender a população, e têm como
motivo maior a saúde pública.
A Ozonioterapia, apesar do seu extremo baixo custo, e dos inúmeros
benefícios que vem provando (em diversos trabalhos de pesquisa,
principalmente europeus) que pode oferecer, ainda não faz parte
oficialmente da relação dos tratamentos efetivamente reconhecidos pelo
CFM, não havendo, entretanto, restrição formal – na forma de lei que
impeça – ao seu uso como procedimento experimental ou coadjuvante no
tratamento de pacientes.
A confiança da ABOZ é que o futuro irá fazer justiça ao método. Longe de
ser uma panacéia, o ozônio tem provado que pode ser utilizado em
tratamentos de um grande número de afecções. Graças às suas propriedades
seletivas, é utilizado em diferentes campos, algumas vezes como viga
mestra do tratamento, outras com mero coadjuvante nos tratamentos
doenças de ordem circulatórias, inclusive geriatria; doenças produzidas
por vírus, como hepatite e herpes; feridas e processos inflamatórios,
úlceras abertas na pele, inflamações intestinais, queimaduras, feridas
infectadas, infecções por fungos e outras; condições inflamatórias e
reumáticas.
Embora a técnica seja pouco conhecida no Brasil, a Associação Brasileira
de Ozonioterapia (ABOZ) enviou documentos para o Conselho Federal de
Medicina, para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e
para o Ministério da Saúde, solicitando o reconhecimento da
ozonioterapia como um procedimento médico.
A ozonioterapia poderia reduzir em até 80% a taxa de amputação de
membros de pacientes com gangrena diabética e diminuir até 25% os custos
no tratamento de feridas crônicas. “A estimativa é de redução em até
30% do custo do SUS no tratamento de patologias como hepatites crônicas e
hérnias de disco”, informa a médica e diretora da Aboz Emília Serra.
Atualmente, a técnica é reconhecida pelo Sistema de Saúde da Alemanha,
da Suíça, da Itália, de Cuba, da Ucrânia, da Rússia, da Espanha, da
Grécia, do Egito e da Austrália, além de ser praticada em 15 estados dos
Estados Unidos. De acordo com Emília, são realizados, aproximadamente,
10 milhões de tratamentos com ozônio no mundo, todos os anos. “Nos
países em que o uso medicinal do ozônio é reconhecido, houve redução de
27% no consumo total de antibióticos e de 22% no consumo de analgésicos
opioides e não opioides”, acrescenta a médica.
Um dos beneficiados do tratamento, o médico oftalmologista Ricardo
Guimarães, após um acidente de avião, tratou as queimaduras do corpo com
a ozonioterapia.“Como o tratamento não era recomendado pela maioria dos
médicos brasileiros, eu não considerei a opção por muitos anos, até que
uma colega oftalmologista me fez a sugestão”, recorda. Guimarães diz
que ficou impressionado com a simplicidade e com os resultados, o que o
levou à decisão de aplicar a técnica. Segundo ele, o primeiro impacto
foi maior bem-estar, seguido pelo sucesso das cirurgias de enxerto de
pele que fazia freqüentemente.
Segundo o oftalmologista, a ozonioterapia tem dois defeitos graves e que
diminuem as chances de sucesso em um sistema de saúde voltado para a
venda de produtos. “Primeiro, não permite patentes e, segundo, não pode
ser empacotado para venda em farmácias, pois tem que ser produzido na
hora”, opina. Para ele, essas peculiaridades da técnica não geram
interesse de lucro para os laboratórios. “É uma pena que nossas
autoridades não compreendam o valor da ozonioterapia.” O médico acha
que, se o Brasil adotasse a técnica, obteria como efeito imediato a
melhora de resultados nos tratamentos de condições crônicas como artrite
reumatóide e outras doenças debilitantes.
REFERENCIAS
http://www.aboz.org.br/
http://www.ozonio.med.br/
http://www.ozonizando.comom.br/
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