SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE OZONÍDEOS A PARTIR DE ÓLEOS VEGETAIS
Serviço Público Federal / Ministério da Educação
Fundação
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Centro
de Ciências Exatas e Tecnologia
Programa
de Pós-graduação – Mestrado em Química
Nathália
Rodrigues de Almeida
Orientador:
Prof. Dr.Adilson Beatriz
Co-orientador:
Eduardo José de Arruda (UFGD)
Campo
Grande – 2013
INTRODUÇÃO
Os ácidos
graxos são moléculas encontradas naturalmente na forma esterificada com o
glicerol. Estas moléculas são os principais constituintes dos óleos e gorduras.
A exploração industrial dos óleos e gorduras, tanto para os alimentos e
produtos oleoquímicos, baseia-se na modificação química dos grupos carbonila
(C=O) e das cadeias insaturadas (C=C) presentes nos ácidos graxos (Figura 1).
A cadeia alquílica do ácido graxo é susceptível a oxidação nas ligações duplas
carbono-carbono. A oxidação dessas ligações é utilizada para clivar cadeias
alquílicas ou para introduzir funcionalidade adicional ao longo da cadeia
(SHARIDI, 2005).
Figura 1:
Sítios para modificação química na molécula de triaciglicerol - grupos carbonila
(C=O) e das cadeias insaturadas (C=C).
Um
importante exemplo que tem sido descrito na literatura envolve oxidação de
ligações duplas utilizando reações de ozonólise, um método muito efetivo, no
qual o ozônio reage completamente com o material de partida (PRYDE,
1960).
Os
produtos da reação de ozonólise podem ou não conter oxigênio ativo, ou seja,
grupos funcionais peroxídicos no qual são capazes de oxidar o íon iodeto a iodo
(BAILEY, 1978). O ozônio reage com as ligações duplas dos ácidos graxos
presentes nos óleos vegetais, formando ozonídeos e compostos peroxídicos
responsáveis pela atividade antimicrobiana e propriedades estimulantes de
regeneração e reparo do tecido (ZANARDI et al., 2008).
As
propriedades antimicrobianas de derivados do ozônio como os óleos vegetais
ozonizados representam grande interesse farmacêutico para o tratamento de
patologias dermatológicas, como infecções de pele, úlceras, feridas crônicas,
entre outras (VALACCHI et al., 2005).
A pele é
o maior órgão do corpo, indispensável para a vida humana e fundamental para o
perfeito funcionamento fisiológico do organismo. Como qualquer outro órgão,
fatores patológicos podem causar o desenvolvimento de alterações na sua
constituição como, por exemplo, as úlceras de pele, podendo levar à sua incapacidade
funcional (MORAIS et al., 2008).